Páginas

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Papai passado




Com toda a certeza você já ouviu falar que praga de mãe pega. Seguindo essa linha de raciocínio, se avó é mãe duas vezes então praga de avó é praga duas vezes. Tratando-se que eu tenho uma mãe e duas avós bem vivas a praga que todas essas matronas jogaram em mim dizendo que Valentina viria com um gênio pior do que o meu valeu por cinco! Cinco vezes que eu iria comer fogo na mão de Valentina!

Praga é praga e o baby veio exatamente como o previsto pelas damas da família. Valentina desde a maternidade era a que gritava mais e até as enfermeiras diziam que o nome tinha tudo haver com a personalidade turrona do bebê. Chegando em casa, tirando a primeira semana em que o baby só dorme, já notamos a personalidade fortíssima da xurupita. Com ela não tem conversa, incomodou é grito, pernada, arranhões no rosto, berro alto, daqueles que eu fico até com medo dela tomar choro. Até a minha mãe, que cuidou pacientemente de mim por todos esses anos, disse que nunca viu um bebezinho tão brabo.

Pois é...com toda essa personalidade imaginem que não é difícil Valentina nos deixar constrangidos em público. E para completar a situação as pessoas sempre acham que eu e Tan somos duas criancinhas que tiveram um bebê e colocam logo em prova nossa competência como pais quando vêem o choro da pitchuca!

Essa semana Ubiratan iniciou mais uma vez a rotina de exames do seu problema de coração e fui acompanhá-lo ao médico com a baby. Ela chegou na cadeirinha e logo marcou presença no ambiente chamando atenção de todos pela fofinha que é. Ficou quietinha por muitos minutos seguidos, mas quando a coisa deixou de ser novidade começou o show (e é exatamente aí que entendo a importância de um peito cheio de leite. Ele garante pelo menos bico calado pelo período da mamada).

No entanto, quando Tan saiu de um exame e aguardava o outro deixei o baby com ele para ir ao banheiro. Subi um lance de escada, andei por um corredor, dobrei em vários cantos e mesmo assim de lá comecei a escutar o choro nada delicado da minha filha. Terminei o serviço rapidinho para correr e salvar logo o papai. Discreto que é, Ubiratan estava passado com a situação. Quando adentrei a sala de espera do consultório me deu vontade de cair na gargalhada com a cara que ele fazia e como todos olhavam para ele com semblante de “pai incompetente!”. Até uma mulher disse a mim que já estava se levantando para pega-la porque estava com pena do bebê. Peguei Valentina e tratei logo de vazar do local o mais rápido possível. Encontrei um jardim e foi lá que, com mais coisas novas, ela se distraiu e até dormiu.

Para a gente que é acostumada com as birras dela é fácil saber que aquiiilooo tuuuuudo é só birra, mas para o resto do mundo o choro é choro, e que choro quer dizer dor, que tem relação com tristeza, portanto de criança mal tratada, tadinhaaaa! Hehehehehe...Pois é bem isso gente, não se assustem quando Valentina na presença de vocês der um escândalo desses, com certeza tem a probabilidade de 70% de ser raiva, birra ou alguma coisa do tipo. Prometo que cuidamos muito bem da xurupita! E nessa disputa de gênio ruim quem vai poder mais? A pequena Valentina ou a mamãe aqui? Mas isso são cenas para os próximos capítulos!

0 comentários:

Postar um comentário