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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Meu paipai...


De fato as meninas da década de 80 não foram criadas para serem mães (pelo menos as do meu circulo de amizades) e do alto da minha juventude transviada a idéia caberia bem diante de uma produção independente, caso não encontrasse o parceiro ideal, muito depois dos 30 e com a carreira profissional no topo. Pois é, do alto da minha juventude porque hoje não mais!

Venho propagando o discurso de que ter filhos é para quem quer muito e principalmente para quem tem um pai igualmente disposto a enfrentar o babado. Na nossa cultura a mulher sempre enfrentou muitas barras, o machismo imperativo, e “liberadas” dessas condições o que eu vejo é que estamos pegando o caminho reverso e encarando algumas posturas muito duras em relação a figura masculina e a importância dela em nossas vidas, como é o papel de pai.

A mídia por muitas vezes afirma essa posição de uma imagem da mulher moderna associada a produção independente e eu mesma tinha em minha mente maluca o devaneio de uma possível estratégia ser auto-suficiente, ser o que eu quisesse. Na verdade a natureza criou o homem e a mulher para serem complementos (tanto que se encaixam um no outro), exemplificado pela cultura chinesa com o yin e o yang (aquele símbolo do hang-loose), que significa a dualidade, o equilíbrio entre o masculino e o feminino.

Desde quando soube que estava grávida os pensamentos de como essa parceria equilibrada entre homem X mulher (pai X mãe) cada vez mais fizeram sentido. A figura masculina se tornou tão essencial para aquele momento que hoje declaro que não teria forças para enfrentar tudo aquilo (e isso de hoje) solamente sola. Pense bem, desde a concepção (que é bem mais gostosa quando feita a dois do que em laboratório) a figura é básica e essencial, como ter camiseta branca no guarda-roupa, calça jeans ou um vestido preto estilo tubinho.

O apoio do meu querido foi muito importante e vem sendo até o momento. Na gravidez, quando a mulher entra com a parte física da coisa (carregar o bebe por nove meses) o homem entra com a parte puramente emocional de apoio. Era ela quem segurava meus cabelos nos momentos de enjôo com uma cara aperriada no espelho do banheiro, era ele quem vivia em restaurantes satisfazendo meus desejos, ele quem acordava às 4h da madrugada para fazer um cuscuz com ovo para matar a minha fome, que colocava travesseiros para me aconchegar com aquela barrigona enorme!

Por isso tudo meninas produção independente para mim é mito! O bom mesmo é tentar esse equilíbrio entre ser sim uma mulher moderna, mas reservando o que há de mais sagrado na mulher que é a docilidade dividindo todos os momentos com um companheiro igualmente disposto a viver a mais pura e doce aventura de ter um filho!

4 comentários:

Luciana disse...

Declaração linda demaaais e olha o tamanho do olhão de Valentina olhando p papai!! \o/

Anônimo disse...

Linda mesmo!!!

como mãe solteira, que encarou uma gravidez indesejada aos 19 anos, de um ex-namorado que indiretamente sugeriu um aborto. Realmente encarar a produção independente é um desafio e tanto, mas que pode ser superado sem traumas com o apoio da família e um pouco de coragem rs

Sei que cada experiência materna é única, mas para trazer um pouco desse outro lado, venho dizer que para mim os piores momentos são mesmo não ter quem carregue os pacotes, não ter com quem decidir se é melhor esperar mais por que a febre vai ceder ou se levamos logo pra o médico, qual a escola mais adequada para o nosso filho e principalmente, vai lá papai fazer o café (quando ela se acorda às 5h30 da manhã em pleno sábado).

No mais amiga tiramos de letra mesmo,por extinto, por amor e lógico... para mostrar que conseguimos sozinhas.

abraços da sua seguidora assídua e aprendiz da jornalista e mãe Erica Chianca.

Érica Chianca disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Érica Chianca disse...

Desculpem-me pelo esquecimento em escrever por aqui a grande admiração que sinto por mulheres que assumem o papel de mãe+pai. Aproveito o ensejo do comment da minha mais linda estagiária e faço o adendo de que tiro o meu chapéu para as tais mulheres de fibra!

Uma das minhas melhores amigas foi mãe+pai muito cedo, assumiu esse papel com peito, e como foi complicado. Acompanhei tudo de pertinho, os sofrimentos, as barras, as felicidades, e por isso tenho essa posição de que pai é sim importante! Além de ter em casa uma figura exemplar de figura paterna sempre presente até hoje em minha vida 24h.

No entanto, na vida as mais diversas histórias são apresentadas e não por não seguir padrões ou roteiros que são menos belas e felizes! Existem diversidades de situações, scripts de relações, então não entendam por esse post uma afirmativa imperativa!

Grande beijo em todos que lêem isso aqui! ;)

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